Uma das superstições do fu- tebol brasileiro era a do técnico Antoninho (Antônio Fernandes), do Santos. Estava relacionada com o relógio do Pelé, Antes de cada jogo, Antoni- nho pedia o relógio de Pelé e com ele marcava a hora dos gols. Um dia de jogo importante, entretanto, quando Antoninho pediu o relógio ao “Ret”, este res- pondeu: “Não trouxe”. — Como? — perguntou o téc- nico, em pânico. Vou mandar buscá-lo! — Não adianta — retrucou Pelé, que, para maior desespero de Antoninho, acrescentou: “Nin- guém sabe onde o escondi”. Manda-não-manda buscar, diz-não-diz onde está — nessa al- tura começou o jogo. Dez minu- tos de bola rolando e nem reló- gio, nem gol. Em vez de instruções, o téc- nico mandava a Pelé apelos an- gustiosos: “Pelo amor de Deus, - Pelé, onde está o maldito relógio? — Quinze minutos, o adversário do Santos abre o placar. Antoni- nho leva às mãos à cabeça: “Ah! O relógio... É isso, os gols não tinham sido programados. — Pelé... onde o relógio? — é seu grito aflito. - — — Mas, súbito, Pelé empara a — partida. Cinco minutos depois, ele mesmo desempata —e 10/er minar o primeiro tempo, O San. tos já vencia por 2241 Nunca mais se falou no relógio.